Eu na minha casa e você na sua.

Há 20 anos fotografando em meu estúdio, nas casas do clientes e empresas, nunca pensei que pudesse colocar em prática uma forma de fotografar a quilômetros de distância. A pandemia vem, no mínimo, nos ensinando novos caminhos e propondo reflexões.

Depois de mais 30 dias com o estúdio fechado, já com abstinência pela falta de fotografar pessoas, convidei uma amiga, que também estava em quarentena no seu apartamento, para quebrar o tédio com uma sessão de retratos online. Ela me perguntou: como assim? Achou estranho no primeiro momento, mas me deixou entrar no seu mundo no distanciamento social. Dessa vez, sem equipamentos, sem eu sair da minha casa nem ela da dela, sem flashes, sem fundos infinitos. Apenas na atmosfera do seu quarto, com o celular conectado por vídeo conferência. O resultado: risos, taças de vinho, papos entre um "click" e outro e poéticos retratos.  

A experiência dos "Retratos na Quarentena" foi tão intensa e gratificante que comecei a compartilhar a possibilidade, em meio ao isolamento, que  cada um tem de documentar este momento histórico que estamos vivendo, com o olhar de alguém de fora, com foco no seu universo particular, com cuidado, direção e muito respeito. Seja na solitude, na falta de privacidade, na rotina, na intimidade, etc.

A tecnologia nos possibilita encurtar distâncias e o processo da fotografia online potencializa os sentidos através da escuta e de um novo olhar que a experiência proporciona, mostrando novos motivos para valorizar o momento e celebrar o que antes passava sem atenção.

 

A pandemia não precisa bloquear também nossos registros e datas especiais.

 

Para os interessados em viver esta experiência durante a pandemia, parte da renda será destinada para projetos que alimentam moradores de rua.